30 de setembro de 2009

A reciprocidade.


Se fores de ir, vais logo. Arruma tuas lembranças em uma caixa e some junto com elas, fingi que meu perfume não é o teu preferido, e que o amor jurado pra sempre era só graça. Se fores de ir, corre que o ônibus de volta pro inferno passa as sete e aquela que te espera talvez se desespere com tua tardança, certamente ela deve ser menos subjetiva do que eu, mas isso nunca te incomodou não é? Aproveita quando tiver saindo para leva o lixo que já se amontoou novamente e não se esquece de levar também essa angústia que se apossa cada vez mais de meu peito, essa angústia que me consome aos poucos, assim como você.

Mas se não fores de ir, melhor, não consigo enxergar o mundo se não através dos teus olhos, e o nosso sofá é desconfortável quando não estais nele. Se não fores mesmo de ir graças darei, porque és agora e sempre fostes, sem dúvida, parte do meu ser, do meu eu, do meu todo. De todo amor ei de ser grato e te garanto que epacmástico é o meu amor, somente te peço que no caso de ficares que me mostres a reciprocidade, porque é dela que me alimento.



6 comentários:

Nine disse...

Uau!

Meu coração tremeu agora...
Discurso velho conhecido dele...
rsrsrrs

Amei muitooooo!!!!
ficou lindo!

Beijo

Emerson Silva disse...

É dela que todos se alimentam.
Muito bom!

Gostei do teu blog!

Anônimo disse...

Mas o silêncio não é a reciprocidade?

Não é o silêncio, pai da indiferença, a língua mãe desse universo?

Muito bom o seu texto, dá até pra suspeitar que na sua impossibilidade o improvável pode acontecer...

Felipe Braga.

Márcia disse...

você está sempre indo e vindo, tudo bem, dessa vez eu já vesti minha armadura, e mesmo nada funcione eu estarei de pé, de queixo erguido ♫ texto perfeito, e na verdade, eu me senti tão bem ao ler isso

Mariana Andrade. disse...

fiquei roxa chiclete (como diz uma amiga minha). ameii o texto.

adorei como começaste falando tudo o que querias, sem medir palavras, e o final foi doce...

lindo, apenas.

;*

Luíze Tavares disse...

Reciprocidade: essencial. Porque para amar é preciso dois, se for só um se torna ilusão.

beijos