Se fores de ir, vais logo. Arruma tuas lembranças em uma caixa e some junto com elas, fingi que meu perfume não é o teu preferido, e que o amor jurado pra sempre era só graça. Se fores de ir, corre que o ônibus de volta pro inferno passa as sete e aquela que te espera talvez se desespere com tua tardança, certamente ela deve ser menos subjetiva do que eu, mas isso nunca te incomodou não é? Aproveita quando tiver saindo para leva o lixo que já se amontoou novamente e não se esquece de levar também essa angústia que se apossa cada vez mais de meu peito, essa angústia que me consome aos poucos, assim como você.
Mas se não fores de ir, melhor, não consigo enxergar o mundo se não através dos teus olhos, e o nosso sofá é desconfortável quando não estais nele. Se não fores mesmo de ir graças darei, porque és agora e sempre fostes, sem dúvida, parte do meu ser, do meu eu, do meu todo. De todo amor ei de ser grato e te garanto que epacmástico é o meu amor, somente te peço que no caso de ficares que me mostres a reciprocidade, porque é dela que me alimento.