22 de junho de 2010

renunciei


Acho que agora desisti de vez. Cansei de viver a vida assim, sempre a espera de distração, olhando pros lados com medo de que a felicidade passe e eu não veja. estou decidida vou aceitar a minha realidade, ser triste é minha sina e ser só é a conseqüência.

19 de junho de 2010

mais um dia.

3 meses depois nos esbarramos, olhares desconcertados, mãos nervosas, e sorrisos disfarçados. Eu como tenho mais atitude e menos vergonha caminho até você. Percebo que está acompanhado, quando me vê se aproximando se levanta, ensaia abrir a boca para falar alguma coisa sem sentido, mas desiste. Estende-me a mão e eu a ignoro e retribuo com um abraço. A sua companhia sentada estava, sentada continua. Você a apresenta usando apenas o nome, não informa que cargo na sua vida ela ocupa, tampouco me interessa, também estou acompanhada, meu melhor amigo gay é cara da vez, e aproveito a deixa para não apresentá-lo. Como vai? Vou bem; eu também; e o pessoal? Tá todo mundo bem; chegou agora ou ta indo? To saindo, vim pra um happy hour; e você? A Sandra chegou hoje de viagem; hummm Sandra... o silêncio nos dominou e o a insistência do meu amigo fez eu me despedir, com promessas de um novo encontro é claro, e desta vez planejado. Lhe abracei novamente, joguei um sorriso falso pra “sandrinha” e fui caminhando para o carro na pose de sempre, que eu sempre tive, de mulher feliz, completa e realizada. Mal entrei no carro e já sai inundando tudo de ressentimentos, de amores desfeitos, de arrependimento, a mão amiga me enxugou os olhos e me mostrou o caminho, primeira a esquerda, olha o sinal, corta luz, reduz a velocidade, não é formula um, é São Paulo. Chegamos, tem certeza que não quer dormir ai? A cama é sua, como sempre, fico na sala. Não obrigada, preciso da minha cama hoje. E vou embora, na realidade sem rumo, paro num bar, peço uma dose de gim, desta vez sem água tônica, bebo em três goles e lembro que amanha tenho que acordar cedo, reunião com os grandões. Chego em casa, reparo na sala que você não está, na cerveja que você não tomou, na cama que você não desforrou, no banheiro que você não molhou e choro, choro compulsivamente, desesperadamente, choro o nosso fim, choro o nosso amor mal feito porem delicioso, choro o seu cheiro que eu não sinto mais, choro o quarda-roupa vazio, choro a sua falta. Caminho para o banheiro e vou tirando a roupa, abro o chuveiro, água fria, me jogo em baixo, começo a me tremer e a não saber diferenciar água de lagrimas, isso é bom, não saber se chora muito ou pouco ajuda a parar. A campanhia toca, eu disse ao Pablo que ele não se preocupasse q eu ia ficar bem, so preciso ficar só, grito que já vou e saio toda molhada na ponta dos pés, cara ensoberbecida de lagrimas, abro a porta e ...
É você, com os olhos tão chorosos quanto os meus, um perdão escapada da sua boca, você me toma em seus braços, choramos juntos, pensamos no tempo perdido, no porque do fim, nas brigas constantes, na divergência dos gostos, nos diferentes objetivos, na vontade de casar de um e na vontade de viver do outro, nos filhos que um sonha e nos filhos que o outro abomina, na incompatibilidade de horários, no fato de morarmos em cidades diferentes, voce me olha nos olhos, reparo que Sandra está no volante, volto o olhar pra você, e como se adivinhasse a pergunta você responde que é uma prima distante. Em outra hora eu não acreditaria, mas não me restam opções. Você me beija, longa e pausadamente, novamente com os olhos nos falamos. E um adeus mudo é dito. Você entra no carro, Sandra apenas me olha, entro em casa, fecho a porta, apago as luzes e percebo que sobrevivi mais um dia.

18 de junho de 2010

Vastidão

Você chegou exigindo de mim o q há tempos eu não possuía mais, você me quis inteira e atualmente eu sou metade, e uma metade que não encaixa na sua. Hoje sou minha, é difícil não pertencer, é muito mais trabalhoso se levar sozinha, sou muito, e minha bagagem e tão extensa quanto. Não decifra-me, é perigoso demais, em mim quanto mais se cava maior fica a distancia do fundo, nada em mim e irrelevante, leve em conta tudo o que lhe for dito ao meu respeito, mas peço que ao menos uma vez me escute, e preste atenção nas palavras dessa candidata mais cotada ao inefavelismo. Sou assim, vastidão de perguntas sem respostas e loucura a flor da pele.



POSTAGEM número 100.