26 de maio de 2009

Saber combinar.



Eu não quero alguém pro resto da vida, eu quero alguém pra agora, pra daqui a pouco, pra amanha, pra semana que vem, pro próximo feriadão, alguém que se encaixe perfeitamente na ocasião. Se for ao cinema quero uma pessoa que se concentre no filme e não na minha boca, no shopping basta um “human being” que não reclame da minha demora no provador e nem se incomode com minha dúvida entre o amarelo ou azul, em um barzinho quero alguém que beba mais e coma menos e que acompanhe comigo todas as musicas que o cantor inventar de tocar e no meio de minhas crises, nada melhor do que um bom psiquiatra armado de rivortril, apraz ou sulpan, e se a crise for existencial que eu tenha alguém bem preparado para me responder quem sou eu sem que seja necessário parafrasear Clarice Lispector. Na praia prefiro que prefiram água, de côco, bem verdinho e picolé somente aqueles de água suja e anilina rosa de 30 centavos. Se a saída é à noite para alguma boate a melhor pedida é um dançarino de tudo e dotado de cabrêxo para ele só ter olhos pra mim e invisível pra ninguém ficar de olho nele. Se hoje a noite vai ser em um restaurante chique nada mais adequado do que um “gentleman” educadíssimo, e que pra melhorar seja um excelente enólogo. Resumindo, não se pode encontrar tudo isso em uma só pessoa, então o ideal é ter cada tipo desse disponível para quando for necessário, como um enorme closet dividido por estações do ano, quando for conveniente tiramos aquele casaco do fundo do armário talvez até mofado mas de muito bom grado para a ocasião. Algumas pessoas gritaram: “caluuuunia” ao ler a primeira frase deste texto, mas creio eu estar sendo sincera ao extremo. Diversas atitudes consecutivas em pessoas distintas me desagradam e isso ocorre quando quero que um enólogo me acompanhe ao shopping para fazer compras quando isso é episódio para amigo gay, então o que eu quero dizer é que não custa nada combinar pessoas com situações e saber usar, não as pessoas e sim as situações.  


na foto o enologo Stefano Chiocciol.

4 comentários:

Thaysa Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thaysa Oliveira disse...

A-M-E-I esse texto!
Eu não peço nem a metade disso e mesmo assim só me dou mal nesse aspecto da vida!
ONDE ESTÁ O MEU ENOLOGO?
hauahauahauahauaha

Que essa mudança da sua casa acabe logo, não só pra vc voltar a ler meus posts mas tbm pra vc escrever aqui!
Confesso sem medo: sou FÃ N°1 do rosa blasé ;D

^Beijo Flôr!

Luíze Tavares disse...

Ah! Thaysa da dispútando comigo esse primeiro lugar, viu?
Seria ótimo se pudessemos ter um closet assim.

beijos

Nine disse...

Que máximo...
um cara para cada tipo de situação...
Na verdade, uma situação para cada tipo de cara...
pena, que éh tão dificil encaichar,
e um cara tão perfeito, para uma, pode ser o tira-tédio em outra...
No fim das contas, a gente quer 'aquele' cara com a gente, em todo lugar, a todo momento...

Amei seu texto...
abraço...