15 de maio de 2009

o começo do fim.

...E você me veio com aquelas meias palavras, usando a frase mais clichê q eu já escutei, ”não é você sou eu”, e foi assim q se fez meu desadoro. Logo eu, logo comigo? Por ti eu desbravaria o mundo, pelo teu amor mergulharia na fenda mais profunda do oceano apenas para provar o apreço que por ele eu trago dentro de meu peito, eu implorei por uma explicação convincente, mas apenas me olhastes com pena que logo se transformou em desprezo e finalizou com um olhar de asco. Nada falei, aceitei. Segui com minha rotina, terminei o almoço que agora estava sem gosto, voltei pro trabalho que agora não tinha sentido, e cheguei em casa que agora me dava a inexplicável sensação de vácuo, vejo tua chave em cima da mesa, olho no armário o  teu espaço, vazio nele e em mim, na cozinha duas fotos faltavam na porta da geladeira, mas teus iogurtes ainda estavam lá, não estavam mais lá tuas xícaras nem suas cópias de quadros do pós –impressionismo, eu fingi não perceber, e fingi ter fome para comer, no caminho pro banheiro percebi que em cada cômodo da casa sua falta estava explicita, faltava você na sala, no hall de entrada, faltava você até na área de serviço reclamando do barulho da maquina de lavar, no banheiro minha escova de dentes estava tão desolada quanto eu, o banheiro me pareceu maior sem suas revistas, seus cremes, e sabonetes, e pela primeira vez senti falta deles. Na cama era seu cheiro que minhas narinas inalavam, era o único lugar que eu ainda sentia você, era como se ainda estivesses ali do meu lado esperando eu dormir para apagar a luz e assim você se fazer dormir. Nunca demorei tanto para dormir como agora, se apoderastes de meus pensamentos e atos de tal forma que chega a me assustar, estou a mercê de ti, resolvo me concentrar na razão do problema, fecho os olhos, me recluso em mim. Agora estou dentro de mim, percebo que minha ulcera piorou devia ter ouvido você quando mando eu maneira no café. Forço-me a me focar apenas no que me interessa neste momento, e chegando ao tálamo, vejo cenas da nossa vida, vejo o dia em q nos conhecemos, vejo o que foi que fez você se encantar por mim, vejo seu ar de indiferença pro mundo e me lembro que foi ai que eu me vi aprisionado a ti, vejo nossas brigas, a primeira por causa da pasta de dentes apertada no meio, e a ultima mais recente por causa da mancha de batom na minha camisa que jurei ser da minha mãe e ainda juro, procurei razão para o fim, incrédulo e ao mesmo tempo com uma satisfação um tanto quanto estranha, não encontrei, pensei que nos frágeis e férteis terrenos da mente toda resposta surgisse, e foi ai que me dei conta de que dentro de mim não há resposta para o fim, e se existir só você a detém, só você sabe onde achar. Ainda sem sono decido pensar nas diversas situações em que você me deixaria, será que você estar gostando de um outro alguém ? Será que foi realmente por causa da mancha de batom na minha blusa? Será que foi a falta de ciúme? Será que foi a falta de amor?  Me perguntarei sem cessar o motivo desta separação, ficarei a me questionar até o dia em que você achar que o sofrimento já bastou, que essa angustia que me consome já foi o suficiente para te satisfazer. Estarei lá na mesma casa, no mesmo trabalho, almoçando no mesmo restaurante e sentimento a mesma falta do teu quadro na cozinha, talvez tenha sido essa rotina que te consumiu, talvez não. Vai saber. Até lá a amargura e o café me corroem.

 

p.s.: o quadro é de Paul Cézanne - natureza morta, pós-impressionista.

3 comentários:

Cristiane Alberto disse...

Muito bom o texto, mas cadê a Joana?

Beijos.
Cris.

Thaysa Oliveira disse...

MEU DEUS DO CÉÉU!
me arrepiei dos pés à cabeça com esse texto... me identifiquei TOTALMENTE!

MUUUUUUUUUUUITO BOOM!!
MUITO MESMO...
NEM SEI MAIS OQ DIZER...

;*

Nine disse...

Mell delllssss...
Muito perfeito seu texto,
senti a emoção do personagem, em cada palavra, como se eu mesma o fosse...
(talvez sim, talvez não...)
Muito bom!!!
abraços...